domingo, 8 de junho de 2025

 

FACULDADE IRECÊ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM FILOSOFIA E FUNDAMENTAÇÃO MAÇÔNICA

 

 

 

 

 

 

HUILTON FERNANDO DUTRA DE SOUZA M.∙.M.∙.

 

 

 

 

 

 

 A PARTICIPAÇÃO DA MAÇONARIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA:

UM ENSAIO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

 

 

 

 

 

 

 

PORTO ALEGRE

2019

 

 

HUILTON FERNANDO DUTRA DE SOUZA M.∙.M.∙.

 

 

 

 

 

A PARTICIPAÇÃO DA MAÇONARIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA:

UM ENSAIO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

 

 

 

 

 

Trabalho apresentado ao programa de Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçônica, como requisito avaliativo para conclusão do curso de especialização, sob a orientação do professor Ir.∙. Dinarte Alberto Perelló Coelho M.∙.I.∙.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PORTO ALEGRE

2019

 

A participação da maçonaria na sociedade contemporânea:

um ensaio entre a teoria e a prática.

La participation de la franc-maçonnerie à la société contemporaine:

un essai entre théorie et pratique.

 

HUILTON FERNANDO DUTRA DE SOUZA M.∙.M.∙.

Graduado em Ciências Sociais, Políticas e Econômicas pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, antropólogo, economista, professor.

e-mail: profhuilton@gmail.com

 

RESUMO

Estamos sendo conduzidos para um caos social perante o que podemos chamar de bons costumes, mesmo para uma sociedade medíocre e inculta como tal. Movimentos sociais sem qualquer fundamento sociológico são amparados e financiados com verbas públicas. A gigantesca estrutura administrativa pública e o intrincado e corrupto sistema judiciário, criado pelos beneficiários e fiscalizado por indicado dos favorecidos levam a uma firme convicção de impunidade o que favorece e encoraja a formação em cadeia de aproveitadores e corruptos. Por outro lado, sendo a Maçonaria uma sociedade de homens livres e de bons costumes. E, que lapidar a Pedra Bruta tem como significado o desenvolvimento individual, o aprimoramento do Templo Interior, o despertar da Iluminação. Sendo a base que sustenta o edifício a Tolerância para que irmãos indistintamente se reconhecem como tal, não estará faltando sairmos da teoria e efetivamente praticarmos o que aprendemos e apregoamos na sua forma mais simples, isto é, no cotidiano de cada um? E, como consequência sermos realmente o que aparentamos ser.

Palavras-chave: sociedade, maçonaria, ensino e educação.

 

RÉSUMÉ
Nous sommes conduits au chaos social avant que nous pouvons appeler les bonnes manières, même pour une société pauvre et sans instruction en tant que telle. Les mouvements sociaux sans aucun fondement sociologique sont soutenus et financés par des fonds publics. La structure administrative publique gigantesque et le système judiciaire complexe et corrompu mis en place par les bénéficiaires et inspecté par indiqué la direction privilégiée à une ferme conviction d'impunité qui favorise et encourage la chaîne de formation des profiteurs et corrompus. D'autre part, la franc-maçonnerie est une société d'hommes et de morale libres. Et que Pierre Gross lapidaires a le sens du développement individuel, l'amélioration de l'Inner Temple, l'éveil de l'illumination. Comme la fondation qui soutient la tolérance de construction pour les frères, sans distinction sont reconnus en tant que tels, nous ne manquerions nous quittons la théorie et la réalité pratique ce que nous avons appris et apregoamos dans sa forme la plus simple, qui est, la vie quotidienne de chacun? Et comme une conséquence vraiment être ce que nous semblons être.

 

Mots-clés: la société, la franc-maçonnerie, l'enseignement et l'éducation.

 

 

“A meditação é uma maneira de ir para dentro de si mesmo, de perceber que você não é o corpo e você não é a mente.

 É um modo de fixar em nós mesmos, no mais profundo centro do nosso ser; e uma vez que você encontrou o seu centro, você terá encontrado tanto suas raízes quanto suas asas.”

Osho

 

 

INTRODUÇÃO

Ao se tomar conhecimento do que vem acontecendo hoje, e ao longo dos últimos 20 a 25 anos com a Nação Brasileira, algo de estarrecedor perante o que se observa como formação de caráter e personalidade, se mostra.

Salvo melhor juízo, fomos e estamos sendo conduzidos para um caos social perante o que se pode chamar de bons costumes, mesmo para uma sociedade medíocre e inculta como tal. Movimentos sociais sem qualquer fundamento sociológico são amparados e financiados com verbas públicas. A gigantesca estrutura administrativa pública e o intrincado e corrupto sistema judiciário, criado pelos beneficiários e fiscalizado por indicados dos favorecidos levam a uma firme convicção de impunidade o que favorece e encoraja a formação em cadeia de aproveitadores e corruptos.

Caros IIr.∙., não existem, de forma alguma no conteúdo deste ensaio uma opinião político-partidária, uma vez que, conforme nosso Manual de Procedimentos Ritualísticos e Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, quando trata de seus princípios fundamentais e ensina: “A proibição expressa de todo e qualquer debate sobre sectarismo político ou religioso, dentro de seus Templos ou fora deles, em nome da Maçonaria”. (GORGS, 2016, p.10). Logo, o aqui contido é fruto de acompanhamento dos principais noticiários regionais e nacionais, de pesquisas e estudos ao longo dos últimos 8 (oito) anos e especificamente a partir de outubro de 2014 quando da iniciação na Ordem Real. Que se deu em resposta a busca por “um sistema e uma escola, não só de moral, como também de filosofia social e espiritual” mesmo que “revelados por alegorias e ensinados através de símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos seus mais elevados deveres” (GORGS, 2016, p. 9).

Sem grandes e acurados dados sobre a determinação da quantidade de maçons atualmente na sociedade brasileira, é justo e perfeito que se possa falar algo em torno de 0,1% (zero virgula um por cento) do total da população, segundo Ismail (2011), para os que seguem um pensamento mais ortodoxo e cartesiano. Destes, ao que se mostra, muito poucos se fazem presentes nas linhas de frente dos poderes constituídos. Pois se assim não fosse provavelmente a situação seria outra. A interferência seria outra. A conduta seria outra. Ou não?

Em sendo a Maçonaria uma sociedade de homens livres e de bons costumes. E, que lapidar a Pedra Bruta tendo como significado o desenvolvimento individual, o aprimoramento do Templo Interior, o despertar da Iluminação. Se a base que sustenta o edifício é a Tolerância para que irmãos indistintamente se reconhecem como tal, não estará faltando sairmos da teoria e efetivamente praticarmos o que aprendemos e apregoamos na sua forma mais simples, isto é, no cotidiano de cada um? E, como consequência sermos realmente o que aparentamos ser!

Do acima exposto a questão de pesquisa que se mostra é: qual a participação da maçonaria na sociedade contemporânea?

O assunto se mostra importante no cenário social atual, que precede a uma eleição onde o que esteve em disputa não foi simplesmente um cargo ou uma posição e sim uma opção de estrutura governamental de uma Nação entre, reconhecer a oportunidade de mudança e efetivamente, fazer algo a respeito, através da identificação do progresso, estipulando etapas que poderão ser analisadas no longo e no curto prazo. Por outro lado, o estudo é extremamente oportuno uma vez que trata da verificação e identificação da efetividade dos ensinamentos da Ordem e sua real aplicação na sociedade. Quanto a viabilidade, está se mostra através dos artigos que tratam do tema e informações relevantes sobre a constituição de maçons em cargos públicos eletivos ou não.

No que se refere a metodologia adotada, a abordagem do problema tem como característica pesquisa qualitativa, onde se procura descrever as informações coletadas e suas inter-relações. Quanto aos objetivos, segundo a classificação de Gil (1991), pode-se classificá-la como pesquisa exploratória, visando aumentar o conhecimento acerca do problema de pesquisa, assumindo as formas de pesquisa bibliográfica e observação podendo a evidência ser qualitativa ou quantitativa ou ambas.

Classifica-se também como descritiva, pois segundo Gil (2002), a pesquisa descritiva tem o objetivo de identificar e descrever os fatos ou fenômenos de uma determinada realidade em estudo. Quanto aos procedimentos técnicos que, de acordo com Gil (2002), também podem se denominar como, procedimentos de coleta ou estratégias de pesquisa, a pesquisa classifica-se como bibliográfica e pesquisa de campo. Bibliográfica, pois abrange referenciais teóricos já tornados públicos em relação ao tema de estudo.

O propósito do presente estudo tem como objetivo a identificação da participação da maçonaria na sociedade e como facilitador delimitador da abrangência do tema divido este objetivo em objetivos específicos:

·         Descrever a sociedade contemporânea através da visão do Ensino e Educação, Saúde Pública, Segurança Pública e Crescimento Econômico;

·         Identificar o tamanho da Maçonaria Brasileira;

·         Analisar a participação da maçonaria, com base no quadro de IIr.. que exercem cargos públicos.

Para tanto o estudo está dividido em três grandes partes. Inicialmente a introdução para orientação do leitor e esclarecimentos sobre o texto produzido.

Na segunda parte, o desenvolvimento com as contextualizações dos itens eleitos para a caracterização do quadro atual da sociedade bem como o dimensionamento da Maçonaria no Brasil.

No final, nas Considerações Finais um fechamento das ideias discutidas e uma preparação para a continuidade dos estudos sobre o assunto tendo em vista ser tratado semanalmente da possibilidade de um desenvolvimento individual, de tal forma a tornarem-se pessoas mais identificadas com a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

 

DESENVOLVIMENTO

O ponto de partida do estudo está diretamente ligado ao que podemos chamar de sociedade. Para tanto, algumas concepções se fazem necessários para que possamos descrever a sociedade contemporânea. Foram eleitos os seguintes aspectos sociais para tal contextualização: a visão do ensino e educação, saúde pública, segurança pública e crescimento econômico em detrimento de outros tantos aspectos que poderiam levar a tal caracterização.

 

ENSINO E EDUCAÇÃO

Ao se considerar aspectos como ensino e educação e aqui merece um esclarecimento, pois existe uma grande diferença entre ensino e educação, muitas vezes não considerado. Que, segundo Zanatta (2016) ensino se refere principalmente ao ensino de conteúdos e conhecimentos oferecidos aos alunos, já a educação é algo mais complexo que abrange não só aprendizagens curriculares, mas também atitudes e valores integrando assim, o ensino a vida, tornando o indivíduo melhor em sua totalidade.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil atualmente amarga a penúltima posição, à frente somente do México. Como critérios avaliados pela organização estão o desempenho dos alunos no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior. Como destaques no ranking aparecem Finlândia, Japão e Suécia. (OECD Better Life Index)

A mesma fonte, mostra que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Divulgados os valores, fazem parte do estudo Education at a Glance 2014, que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.

Conforme o estudo, um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.

Por outro lado, se a seleção brasileira de futebol, mesmo após os 7 X 1 na copa de 2014, ficasse na 65ª posição num campeonato equivalente a Copa do Mundo. E se nesta competição estivessem inscritas somente 70 equipes. Entre elas algumas das potências deste esporte. Seleções que já ganharam o torneio e outras que, apesar de não terem ganhado, conseguiram resultados expressivos, sempre se qualificando entre as 10 melhores do mundo.

Pois é, o Brasil está na 65ª posição no ranking mundial de educação entre 70 países avaliados. No ranking da Fifa o país está em 3º lugar sendo que devemos considerar que há mais filiados a entidade que controla o futebol no planeta do que países membros da Organização das Nações Unidas. O Brasil no futebol está na terceira colocação entre mais de 200 países enquanto na educação, está entre os últimos, na 65ª posição, contando-se apenas 70 concorrentes.

Qual o futuro de uma nação que se intitulava "pátria educadora" e que mundialmente é percebida através de dados e levantamentos em matemática, ciências e códigos e linguagens como sendo uma das que oferta qualidade de educação mais fraca e incapaz de legar a seus estudantes uma formação mínima ou básica?

É notório, os números do fracasso brasileiro na educação. Patriotas e professores, identificam sua insignificância na luta contra indicadores tão ruins a prejudicar a Nação e seus cidadãos. Muitas vezes, sentindo-se responsáveis e cúmplices desta parca resposta, para não dizer porca mesmo, cheia de paliativos oferecida as crianças, adolescentes, jovens e adultos que hoje estão nas escolas do país.

 

SAÚDE PÚBLICA

Quando o assunto é Saúde Pública, a situação que se mostra é tão ou mais perversa que a educação e o ensino. Pela primeira vez a OMS - Organização Mundial da Saúde, realiza um estudo sobre o quesito saúde de 191 países, que determinou a 125º posição no ranking de sistema de saúde no mundo para o Brasil.

Com relação à colocação geral, o Brasil está atrás de países como o Paraguai, El Salvador ou Butão. O líder do ranking é a França, seguida da Itália, San Marino, Andorra, Malta, Cingapura e Espanha. A pior colocação ficou com Serra Leoa, o pior sistema de saúde mundial.

O quadro que se apresenta é preocupante, pois insere uma forte deterioração no quadro econômico, dentro do universo das relações de saúde. No âmbito do sistema público e privado, com diminuição na abrangência e qualidade da atuação dos agentes. O resultado projeta uma situação crítica para a população no geral e aos consumidores em particular.

O momento exige a confluência da capacidade de gestão do ente público com a aglutinação de interesses dos agentes privados, com o objetivo de garantir a continuidade na prestação dos serviços e direitos da população. A área de saúde em sua dimensão pública e privada já atingiu o fundo do poço, não sendo permitidas tergiversações de qualquer natureza, com o risco de ser um gatilho para o agravamento da crise social, ora em curso.

 

SEGURANÇA PÚBLICA

Na Segurança Pública, diariamente a população é bombardeada com notícias sobre o caos corrente, desta e de outras áreas da sociedade brasileira. Tomada por uma incompetência administrativa e protegida por um emaranhado de Leis aprovada por um Congresso corrupto e/ou omisso. Segundo o repórter José Luís Costa do jornal Zero Hora,

A crise na segurança pública no Rio Grande do Sul tira vidas, dilacera famílias e arruína patrimônios, provocando traumas e perdas difíceis de medir em números. Mas a raiz de todos esses problemas pode ser calculada, considerando quase duas décadas de omissões, descontroles e escassez de investimentos que levam o Estado a atingir picos de violência jamais registrados. Há menos bandidos presos por falta de vaga nas cadeias. Somado a isso, há cada vez menos PMs nas ruas. O resultado: mais crimes. (09/01/2017 - 12h05min)

No final do ano de 2015, em manchete “com 21 mil homens, efetivo da Brigada Militar é o menor em 15 anos” o site G1/RS publicou a matéria sobre a falta de policiamento ostensivo no Estado.  A falta histórica de policiais militares é um problema que se agravou nos anos de 2015 e 2016 no Rio Grande do Sul. Hoje, com um efetivo e torno de 17 mil homens, a Brigada Militar se apresenta com o menor efetivo em 25 anos. A questão tem se complicado pelas baixas sofridas na corporação. Concomitantemente, a legislação branda e repleta de beneficies estimula o crime, apavorando sobre maneira a população.

 

CRESCIMENTO ECONÔMICO

Sob o aspecto do crescimento econômico fica de certa forma fácil afirmar que muito pouco ocorreu no Brasil e se tratarmos em termos de desenvolvimento econômico este sim pode-se afirmar que jamais ocorreu e que não ocorrerá no atual século. Quiçá no próximo. Pois, se formos avaliar a situação econômica de uma pessoa, olharíamos primeiramente para sua renda. Alguém com renda elevada tem mais facilidade para pagar pelos bens necessários e supérfluos que existem.

Da mesma forma está lógica é aplicada à economia de um País. Ao avaliar se uma economia vai bem ou mal, é natural examinar a renda total de todas as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos nesta economia. Sedo “a microeconomia o estudo de como as famílias e as empresas tonam decisões e interagem umas com as outras nos mercados”. (Mankiw, 2007, p. 500) E a macroeconomia “o estudo da economia como um todo” se faz necessário a utilização de uma medida para tal avaliação. Tal medida é chamado de produto interno bruto – PIB, que conforme o mesmo autor “mede a renda total de um país”.

A atual situação econômica do Brasil vem causando muita preocupação à toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu sustento. Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os rumos que a economia vem tomando nos últimos tempos.

Os números não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação econômica brasileira, muito embora o governo tente mascarar a crise com interpretações convenientes e a negação dos dados captados pelas diversas consultorias econômicas, instituições de classe e até mesmo das próprias agências e órgãos governamentais. A atual situação econômica do Brasil é tecnicamente de estagnação com uma tendência muito forte de piorar tendo em vista os últimos acontecimentos na esfera federal e prestes a colher uma super safra de soja.

Os motivos que levaram a tal situação econômica do Brasil são muitos, mas alguns deles merecem um destaque especial. O primeiro deles é a total falta de investimentos em infraestrutura, que tem levado o país a perder competitividade tanto no ambiente interno quanto externo. A explicação para esse caos está na questão estratégica. O segundo e talvez o mais grave problema é a submissão da política econômica à política partidária. Isso tem levado a uma desestruturação da máquina pública que vem prejudicando todos os setores da sociedade, como o ensino e a educação, saúde, segurança pública e obviamente a economia.

Como terceiro motivo vem a falta de credibilidade. Com escândalos se acumulando e a impunidade gracejando, mesmo que estivesse bem-intencionado o governo não teria credibilidade suficiente para contar com apoio dos diversos setores da economia nacional. Este é o problema que nos deixa temerosos em relação ao futuro, principalmente porque mesmo com a aplicação de medidas bem-intencionadas, coordenadas e fiscalizadas uma economia como a brasileira leva no mínimo uma década para iniciar um processo de recuperação. Sem contar com o alto custo social necessário.

O Fórum Econômico Mundial elaborou um ranking de competitividade entre 125 países. O primeiro lugar ficou com a Suíça. O Brasil é o 72º. O ranking é elaborado há seis anos. Na comparação da média dos três primeiros anos com os três últimos, o Brasil caiu 12 degraus, a maior queda registrada na lista.

 

A ORDEM REAL

Quando, em um exercício de política social, se compararmos o aterrador quadro até então descrito com a participação da Ordem Real na sociedade contemporânea, a princípio se mostra incipiente. Uma vez que na ótica de Ismmail (2011), a Maçonaria brasileira que é dividida em três modelos administrativos distintos:

·         Grandes Orientes Estaduais federados ao GOB;

·         Grandes Lojas confederadas à CMSB; e

·         Grandes Orientes Independentes confederados à COMAB.

Somadas, essas Obediências correspondem ao que podemos chamar de Maçonaria Regular Brasileira. Lembrando que os conceitos “regular” e “reconhecida” são distintos. Prova disso é que nenhuma dessas Obediências possui o reconhecimento de todas as Obediências Regulares do mundo.

O mesmo autor, com base na “List of Lodges 2011“, publicação anual das Lojas das Obediências Regulares do mundo que possuem reconhecimento de Grandes Lojas Americanas, tem-se o número mais atualizado do tamanho da Maçonaria Brasileira:

·         O GOB possui 75.987 membros ativos, filiados a 2.526 Lojas. Permite múltiplas filiações.

·         As Grandes Lojas possuem 106.112 membros ativos, filiados a 2.623 Lojas. Permitem única ou dupla filiação.

·         Os 17 Grandes Orientes Independentes confederados à COMAB ainda não constam no “List of Lodges“, mas possuem aproximadamente 28.942 membros.

Ao somar todos, mostra um total de mais de 211.000 maçons no Brasil, distribuídos em aproximadamente 6.000 Lojas.

Para se ter uma ideia da dimensão disso, a Maçonaria Brasileira é duas vezes maior do que a soma de todo o restante da Maçonaria Latino-americana. Somos quase três vezes maiores do que a Maçonaria Canadense. No Continente Americano só perdemos para os EUA, a maior Maçonaria do mundo, com aproximadamente 1.378.000 maçons (List of Lodge 2011), isso sem contar as Grandes Lojas Prince Hall, o que eleva esse número para quase 2 milhões de Irmãos Americanos. No mundo, estamos em 3° lugar, próximos da Inglaterra, com seus quase 238 mil membros divididos em 7.945 Lojas. (ISMMAIL, 2011 p.1)

 

Apesar dos números impressionantes, é fato que a Maçonaria Brasileira não fala em uníssono. Mas talvez um dia conseguiremos seguir o exemplo dado pela maçonaria alemã que, com suas diferentes Obediências, cada uma com sua estrutura e funcionamento, criou um organismo representativo que fala em nome de todos os maçons alemães.

Posicionamento Político-Ideológico

            Em pesquisa realizada entre setembro e outubro de 2017, com o patrocínio da Aug.∙. Resp.∙. Ben.∙. Gr.∙. Benf.∙. Cent.∙. Loj.∙. América, ao oriente de São Paulo, tendo como resultado 4.504 respondentes dos quais 2.790 maçons. “A pesquisa obteve respondentes de 1.469 lojas diferentes, das 3 potências: 50% do GOB (733), 34% CMSB (496) e 16% da COMAB (240).” (GOUVÊA, 2017 p. 2)

Com base na amostra, é possível afirmar que a maçonaria brasileira faz jus à sua proposta da convivência harmoniosa e tolerante de um grupo plural. Pois na ótica de Gouvêa (2017) “Temos em nossos quadros irmãos de todos os espectros político-ideológicos. Importante observação: com baixa tendência aos extremismos”.

 

 

 

 

Fonte: Gouvêa, 2017

Conforme Gouvêa (2017), “no presente momento, observa-se que nos apresentamos como uma instituição com características de centro-direita tendendo a centro (Média: 4,74), com presença de uma parcela significativa (16,6%) na soma das 3 esquerdas”.

           

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo que os quesitos considerados para criar o quadro da situação atual da sociedade brasileira fossem outros, haveriam distorções dos aqui considerados, tanto para montante quanto à jusante. Mas em nada haveria de alterar a caótica situação existente. É notório que passamos por uma época de total descrédito das instituições e principalmente da formação do caráter dos indivíduos causado por uma grave distorção nos valores, na ética e na estrutura familiar. Tudo isso numa tentativa de um pseudo e anacrônico desenvolvimento cultural que se mostra inexistente.

Com o resultado das eleições do final do ano passado, aos principais cargos da estrutura governamental da União, a leitura que pode ser considerada é a de que a sociedade optou por um outro modelo, por um outro caminho, pelo menos, diferente do que vinha sendo seguido procurando assim uma melhor condição para o fortalecimento das instituições que ainda se mantém arreigada aos favorecimentos pessoais de alguns grupos. Quanto aos resultados, saberemos nos próximos anos, importante, é a vigília, a cobrança, o apoio.

            Muitas tentativas em busca de maiores e acuradas informações sobre a participação de IIr.∙. em cargos públicos eletivos ou não foram realizadas, porém sem muito sucesso. Neste campo alguns que fazem parte da Ordem Real não o revelam e muitos que dizem ser, não o são. Além, do que parece ser a maioria, só o são em suas lojas pois, na vida profana agem como bons exemplos de profanos, não iniciados sem qualquer constrangimento tanto sob o aspecto moral quanto sob a ótica material.

            Se mostra contundente e dicotômico o perfil, daqueles que por terem sidos eleitos ou galgado cargos nas administrações públicas pois se por um lado, no interior de suas lojas, sob o encanto da ritualística de seus rituais são exemplos de fraternidade, igualdade e tolerância. Que a todos tratam como irmãos intimamente ligados por laços de estima, na prática da virtude, no aprimoramento e desenvolvimento pessoal buscando a iluminação em todos os aspectos.

            Por outro, na oportunidade que tem de colocar em prática o que lhe foi oferecido como conhecimento, como desenvolvimento através de exemplos, de alegorias e símbolos, pelo que se nos mostra: não o faz! Pois se o fizesse, a possibilidade de termos uma outra realidade da sociedade seria muito grande, mas isso não vem acontecendo.

            A sociedade como um todo clama por uma mudança no comportamento de seus representantes, apesar de devido baixo nível de desenvolvimento cultural, acaba elegendo aquele, que por motivos de privilégios e benefícios específicos procura se manter a qualquer preço no poder. Extraindo de tal situação toda e qualquer vantagem para benefício seu e de seus asseclas.

            Um dos propósitos do ensaio foi e continua a ser, o estudo do tema proposto, que se mostra de uma importância imensurável, tendo em vista que não somos o que deveríamos ser e sim... somos o que aparentamos ser.

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

ADOUM, J. O Grau de Companheiro e seus Mistérios está é a Maçonaria. 13 Ed. São Paulo: Editora Pensamento, 2003.

ARISTÓTELES, 384-322 a.e.c. A Política. Ed Especial. Rio de Janeiro: Nova Era, 2017.

BAIGENT, Michael. O Templo e a Loja: o surgimento da maçonaria e a herança templária. 2ª Ed. São Paulo: Madras, 2013.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2006.

D’ELIA JUNIOR, Raymundo. Maçonaria 50 Instruções de Companheiro. São Paulo: Madras, 2015.

DE MORAIS, C. T. e ISMMAIL, K. Motivação e Evasão no trabalho Voluntário. Brasília: Revista Ciência e Maçonaria, Vol 4, nº 1, 2017.

DA CAMINO, Rizzardo. Rito Escocês Antigo e Aceito. Grau 1º ao 33º. São Paulo: Madras, 2013.

GUIMARÃES, José Maurício - M.'.I.'. A.'.R.'.L.'.S.'. Inconfidência 47 – Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Brasil. Blog disponível em: www.zmauricio.blogspot.com Acesso em 12/10/2017 23h30min.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. SP: Atlas, 1991.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. SP: Atlas, 2002.

JUG, Pedro. Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom. 1 Ed. Londrina: A Trolha, 2007.

MANKIW, N. Gregory. Introdução a Economia. 3ª Ed. São Paulo: Thomson, 2007.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS Ritualísticos e Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito. Porto Alegre: GORGS, 2016.

GOUVÊA, Rodrigo P. Pesquisa Nacional Sobre Maçonaria e Política. São Paulo: Loja América, 2017.

SILVA. Medson Janer da. e SILVEIRA, Sydnei Mitidieri. Filosofia e Fundamentação Maçônica. Vol I. Cuiaba: KCM Editora, 2015.

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http://www.empreendedoresweb.com.br/atual-situacao-economica-do-brasil/ Acesso em 05 de outubro de 2017

http://claudiapmzanatta.blogspot.com.br/2008/11/ensino-x-educao.html Acesso em 12 de outubro de 2017.

http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/em-ranking-da-educacao-com-36-paises-brasil-fica-em-penultimo/ Acesso em 14 de outubro de 2017, 22 horas.

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https://oglobo.globo.com/economia/brasil-72-em-ranking-de-competitividade-23387739

Vivian Oswald: Acesso em 20 de abril de 2019, 22 horas

 

 

Portaria MEC n° 1216 de 18.12.2013 - D.O.U 19.12.2013
 

SISTEMA DE BIBLIOTECA

 

 

Termo de Autorização para Publicação de Trabalhos de Conclusão de Curso. Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo disponibilizar na biblioteca da FAI texto integral da obra abaixo citada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura e consultas a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data 18 de maio de 2019.

1. Identificação do material bibliográfico:         ( ) TCC Graduação             ( X) TCC Pós- Graduação                      

2. Identificação do Trabalho de Conclusão de Curso: Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçônica

Autor: Huilton Fernando Dutra de Souza

E-mail: profhuilton@gmail.com

Número de Matricula:

Orientador: Ir.∙. Dinarte Alberto Perelló Coelho M.∙.I.∙.


 

 

 

Porto Alegre – RS, 18 de maio de 2019.